terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Em tons negros

O universo do Black Metal (BM) é bastanta vasto, e subordinadas a este mesmo estilo musical podemos encontrar diferentes variações. Aprecio bastante este género de música, com particular destaque para as bandas que adoptam um estilo mais progressivo e menos cru. Nesse capítulo de bandas BM mais progressivas podemos encontrar os Graveworm. De entre a sua discografia, que conta já com 6 álbuns de longa duração, o título que mais me fascina é Engraved in Black (Nuclear Blast, 2003).

Engraved in Black combina os elementos mais negros do metal com as melodias de elementos folk ou góticos. Trata-se de um hino ao desespero e à guerra, seja ela espiritual ou algo mais até. A bateria é fabulosa, com a pedaleira dupla a marcar o passo, ocasionalmente intervalado com as teclas que dão uma graça mais melodiosa às músicas. As guitarras são simples e não vamos encontrar solos longos e bonitos. As vocalizações consistem do habitual grunhido ou voz mais rude, típicas deste estilo. Tecnicamente não são exímios, mas cumprem na íntegra. Para quem exija perfeição técnica o caminho tem de ser outro. Mas não entendam por isto que os Graveworm são uma banda banal e limitada. Não concordo nada com isso. Eles entregam aqui músicas de belíssima composição, conjugando sonoridades mais pesadas com elementos que quebram a barreira, resultando em músicas que num instante destilam fúria incandescente para logo de seguida nos remeterm ao mais obscuro do nosso ser. Drowned in fear e Abhorrence são bons exemplos disso. A segurança que o vocalista traz à banda é um ponto forte e é preciso destacar a perfeita ambiência em que a sua voz enquadra as músicas.

A capa do CD, a pintura do exterior de um cemitério, retrata bem aquilo que nos espera quando mergulhamos neste álbum. Negro, mas belo à sua maneira, convidando-nos a ficar um pouco mais por ali. Destaque ainda para as duas maravilhosas versões que se podem encontrar conforme a edição do álbum: Losing my Religion (R.E.M.) e It's a Sin (Pet Shop Boys) como nunca as ouvimos antes.

Recomendado por 8 em 10 taralhões.

Sem comentários: