terça-feira, 17 de novembro de 2009



Millenium 1 Os Homens que odeiam as Mulheres é a adaptação para cinema do primeiro livro da trilogia Millenium, escrito por Stieg Larsson. Realizado por Niels Arden Oplev, este thriller foge à normalidade do cinema no nosso país por ser uma produção inteiramente sueca, coisa que por cá se vê muito pouco. Por isso é bom que os caros leitores do Ninho tenham de facto comparecido às aulas de sueco que patrocinamos em Agosto.

Os Homens que odeiam as Mulheres conta-nos a história de Mikael Blomkvist, jornalista da revista Millenium que se encontra num momento difícil da sua vida após ter sido condenado por difamação. Enquanto pondera a sua vida e os meses na prisão que vai ter que cumprir, é subitamente abordado com uma proposta de emprego da parte de Henrik Vanger, antigo líder do poderoso grupo económico Vanger. Esta proposta de simples tem muito pouco: Vanger quer que Blomqvist tente descobrir o que aconteceu na realidade à sua sobrinha Harriet que desapareceu à 40 anos atrás em circunstâncias suspeitas. No meio disto, Blomkvist vai ter ajuda de onde menos espera na forma de Lisbeth Salander, uma hacker de estilo punk com um histórico de problemas na juventude.

Um thriller sem dúvida para uma audiência mais adulta, este Os Homens que odeiam as Mulheres traz-nos uma história intrigante e ao mesmo tempo cativante, com ligações no mínimo inesperadas. De pista em pista caminhamos com Blomqvist e Salander para a resolução do mistério, com inevitáveis twists pelo meio. De notar a existência de cenas mais marcantes e pesadas, as quais de qualquer modo eu garanto que foram atenuadas em relação ao livro. No entanto, é óbvio que mesmo com uma boa história sem bons actores não se vai longe. Tal coisa não acontece aqui pois o elenco é bastante bom, sem falhas a apontar. Todos cumprem o que é esperado das suas personagens, e mais, conseguem torná-las credíveis. Mesmo assim é de destacar a participação de Michael Nyqvist no papel de Mikael Blomkvist, mas principalmente de Noomi Rapace no papel de Lisbeth Salander, com uma representação no mínimo memorável.

Para quem se indaga se “o livro é melhor que o filme” tenho a dizer que sim, na realidade é, mas isso não quer dizer que este filme seja mau. Muito pelo contrário, tem valor por si próprio, e embora tenha uns pequenos, mínimos, desvios em relação à narrativa original, temos aqui uma adaptação bastante fiel. Talvez um dos poucos defeitos seja a sua duração, mas são 152 minutos a questionarmo-nos “que raio aconteceu a Harriet??”.

Sem dúvidas, uns sólidos 7 em 10 taralhões gostaram bastante do filme.*



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* - Por outro lado, 10 em 10 taralhões dedicavam as suas vidas a Lisbeth.

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