Amália adorava os dias mágicos da Páscoa. A escola fechava e todas as crianças tinham direito a uns dias para brincadeira e paródia. Melhor, os papás também ficavam por casa, folgando do trabalho, e a mesa da sala enchia-se de amêndoas de chocolate e doçaria. Na aldeia o senhor padre vinha benzer a casa e no final o papá entregava fielmente um envelope com "uma prendinha para os santos, filhota". As ruas da aldeia eram decoradas com imensas flores e toda a gente distribuia beijnhos e abraços e cantava-se muito. Eram tempos de alegria.
Naquele domingo de Páscoa, Amália fora com a mamã ao estúdio do fotógrafo da aldeia, o senhor Bento. Todos os anos se repetia o ritual. Amália tirava a fotografia com o senhor coelho da Páscoa e no final ainda ganhava um docinho.
De acordo com o relatório das autoridades não se chegaram a grandes conclusões. A mãe e a criança chegaram ao estúdio às dez horas da manhã. A menina entrou para a sala de fotografia com o senhor Bento e sentou-se cá fora à espera que o retrato ficasse concluído. Seguiu-se um flash súbito e intenso que extravasou para a sala de espera e ouviu-se um grito excruciante. Quando a mãe entrou na sala o cenário estava intacto, à excepção do senhor Bento que se encontrava caído morto no chão, olhos preenchidos por uma espécie de névoa branca e sangue derramado dos ouvidos. A pequena Amália desaparecera... Em cima do cadeirão branco estava a foto...
3 comentários:
parece ser um coelho bondoso
O coelho do Donnie Darko é um tipo impecável comparado com este.
Lindo....parece-me um coelho a puxar para o pedófilo :p
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