sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Máximo das Dores


Max Payne” é uma das últimas ofertas cinematográficas baseadas num videojogo neste ano. Conta-nos a história de um agente do DEA de New York, Max Payne (Mark Wahlberg), que vive atormentado com o assassinato brutal da sua mulher e do seu filho ainda bébé. A sua insistência em encontrar pistas que levem à captura do assassino vão levar Max ao meio de uma conspiração que gira à volta de uma nova droga, enquanto é ajudado pela sensual Mona Sax (Mila Kunis).

Este filme pode essencialmente ser visto por duas perspectivas, a de quem não conhecia anteriormente “Max Payne”, e a de quem realmente já encarnou a pele de Max no jogo.

Para quem não conhecia a história, “Max Payne” revela-se um filme de acção eficaz, pois consegue entreter o espectador, embora possa parecer em certas alturas que o argumento tenha pequenas falhas, e a edição de certas cenas não sejam muito bem conseguidas. Nada que uma boa dose de tiros, momentos em slow-motion, e autênticas visões (serão mesmo só visões?) provocadas por efeitos psicotrópicos não consigam ajudar a superar.

A favor, temos uma boa performance dos actores principais, bem como de alguns dos secundários, caso de BB (Beau Bridges), e de Jim Bravura (Chris 'Ludacris' Bridges), e principalmente temos cenários e algumas cenas bastante bons, que transmitem o essencial mood um pouco mais sombrio, tornando o filme muito atraente visualmente.

Para os conhecedores (ou antes, jogadores), a conversão de “Max Payne” pode ao ínico suscitar algumas dúvidas, nomeadamente pelo casting. Falando como um dos jogadores, confesso que tanto Mark Wahlberg como Mila Kunis não seriam as minhas primeiras opções, talvez mais por esta última após a sua presença na série cómica "That 70's Show". A realidade é que ambos estão bastante bem, conferindo as suas personagens o feeling adequado.

A história é essencialmente a mesma, tendo algumas alterações, o que já pode ser considerado normal nestas conversões para cinema, mas nada que se desvie muito da original,e abrindo já portas a uma possível sequela. A nível visual e de cenários, fãs de longa data irão certamente apreciar a autêntica “Noir York City” que é criada, sendo portanto bastante fiel ao original.

Concluindo, tanto um espectador casual como um que vá ao cinema de propósito para ver o filme, tem razões para sair da sala satisfeito. O importante é deixarmo-nos imergir pelo universo noir de “Max Payne”.

4 comentários:

Avram Garrison disse...

Francamente discordo completamente, e ironicamente acho que quem conhece o filme seja talvez quem mais o perdoa.

O filme tem um passo inapropriado, e o Max revela-se como um atrasado mental quase o filme todo, quando no jogo é um personagem sempre muito "cool" (literalmente), mandando os seus bitates sempre que é preciso, mantendo sempre a cabeça fria, nunca tendo nada a perder. No filme ele não parece passar de um gajo frustrado com a vida, que trata todos como merda e desistiu do pouco que tem. Se o Max Payne do jogo, a meu ver, seria um misto do Tyler Durden com o John McClane, o do filme nada tem a haver com isto.

Apenas a meio do filme contam a história dele, explicando porque é um atrasado mental. Mesmo a tempo de já não conseguir empatizar com o personagem. Não há tiroteios épicos, e o clássico bullet time foi raro e não muito bem utilizado. Já o actor cumpriu as expectativas, fraco.

O filme teve ZERO narração, que é o elemento que DEFINE o jogo, a par com os cenários noir, que de facto o filme replica com precisão fantástica, mas infelizmente não é o suficiente.

O papel da menina Sax esteve um bocado diferente, mas nem de todo mau, e de facto a Mila surpreendeu, tendo ficado porreira para o que era. Claro que a química que existia no jogo entre os dois, que foi uma constante que escalou até nos ser presenteado o Max Payne 2 tornou-se nulo no filme. A Mila simplesmente não tem aquele ar bombástico necessário, tem uma aparência fofa. Mas, como disse, gostei.

Pequenos e vários detalhes metafóricos do jogo falharam no filme, desde o facto que todo o ambiente no jogo é "verde", a droga é verde, as alucinações alteram a percepção para um mundo esverdeado e vários mapas têm essa tonalidade. No filme é azul. Why? Não dá para perceber estas coisas. Se é um pormenor e estou a exagerar, então digo o mesmo - é um pormenor, porque trocaram?

Para o final do jogo o Max é drogado contra a sua vontade, pela mesma substância que lhe arruinou a vida, que fez com que a família que fosse morta e o levou a desistir de tudo o resto. No filme ele droga-se de propósito para numa chance mínima usufruir dos seus efeitos. 'Nuff said.

É um filme que se digere relativamente bem com um balde de pipocas. Dou-lhe 6 em 10!

Barrabás disse...

E quantos taralhões recomendam o filme?

Valtiel disse...

Mais de 9000!!

Ok, ok, só 7 o recomendam, os outros preferem a Rebelde Way.

Avram Garrison disse...

Rebelde Way rula! Pena que foi cancelado...